Convidamos todos os interessados a assistir ao Concerto da Classe de Órgão do Conservatório na Igreja da Misericórdia - 28 de Fevereiro de 2014 - 18h30

Classe de órgão Prof.ª Celina Martins

 

O Instrumento

O órgão original, construído em 1787 por António Xavier Machado e Cerveira (N.º 53), foi restaurado por António Simões em 1990-91. Passado pouco tempo, em 1992, um incêndio destruiu o instrumento por completo. Mais tarde, a Misericórdia de Viseu encomendou a sua reconstrução ao mesmo organeiro, obra que foi terminada em dezembro e 2012. O órgão atual mantém as primitivas caraterísticas ibéricas, contando agora com 20 meios-registos. Sob o aspecto técnico, foi-lhe aplicado um sistema elétrico de combinações.

 

Notas ao programa


O programa desta audição está adaptado às caraterísticas do órgão – sem pedaleira e com apenas um teclado, dividido – e procura explorar as diversas possibilidades de registação, tanto para o repertório organístico em geral, como para trechos específicos destinados ao “órgão ibérico”.

 

 

batalha é uma obra estruturada em curtas secções contrastantes na textura, umas imitativas, outras marcadamente harmónicas e homo-rítmicas, baseadas no material temático da canção La Guerre do francês C. Janequin, que descreve com efeitos onomatopaicos a batalha de Marignan, travada às portas de Milão (1515). Um dos recursos essenciais para a execução das batalhas, com os seus ritmos de fanfarra, motivos em eco e baterias de acordes, são precisamente as trombetas horizontais (tecnicamente designadas “em chamada”) dos órgãos ibéricos, estridentes e de resposta pronta, com o intuito de evocar as diferentes peripécias e movimentos de uma batalha: chamada para a luta, corridas, galope dos cavalos, etc. Símbolo da luta entre o bem e o mal, a batalha é uma forma de composição emblemática do repertório organístico ibérico dos sécs. XVII e XVIII.

George Händel, compositor e organista, alemão de origem e naturalizado inglês. Após os estudos de Órgão com Zachow e o exercício do cargo de organista durante alguns anos, radicou-se, a partir de 1712, na Inglaterra, onde se celebrizou pelas suas famosas óperas e oratórias, que constituem a larga maioria da sua produção musical. Para órgão, além dos concertos, deixou-nos um conjunto de pequenas peças, onde se inclui a Gavotte – uma forma de composição das mais frequentes na Suite barroca. Trata-se de uma dança francesa de origem rural, que rapidamente foi estilizada como dança palaciana. Mais à frente iremos ainda escutar “Ombra mai fu”, um dos trechos mais conhecidos deste compositor, num arranjo para tecla.

Jean-François Dandrieu, nascido no seio de uma família de músicos foi compositor, cravista e organista francês, muito provavelmente aluno de Lebègue. Na sua obra, exclusivamente instrumental, inclui-se Basse de trompete, (baixo de trompete), onde a mão esquerda toca uma linha melódica solista, posta em destaque por um registo de trompete, segundo a indicação do compositor.

Johann Pachelbel foi o compositor e organista alemão mais conceituado do seu tempo. Começou por estudar na sua terra natal e, posteriormente, em Altdorf, Ratisbona e Viena; entre os seus mestres conta-se J. K. Kerl. Muito ligado à família Bach, exerceu alguma influência sobre Johann Sebastian, tendo sido professor de alguns dos seus irmãos mais velhos. O coral luterano – uma melodia simples para o serviço litúrgico – foi tratado por Pachelbel (como por outros compositores) de diversas formas. Na obra que vamos ouvir, trata-se de um coral em estilo fugato, utilizando uma melodia de 1522 da autoria de N. Decenius com o texto “Glória ao teu nome, ó Deus de paz”.

Jean Langlais, tendo ficado cego aos 2 anos, entrou no Institut des Jeunes Aveugles (Paris), onde começou por aprender piano, violino e harmonia. Estudou órgão com A. Marchal (também cego) e, posteriormente, com M. Dupré. Colega de O. Messian na última classe de composição de P. Dukas, foi aluno de improvisação de Ch. Tournemire, que exerceu uma influência determinante na sua carreira de organista e compositor. Além de ter sido organista titular do emblemático instrumento da Igreja de Ste. Clotilde (Paris), desenvolveu uma imensa atividade como organista, improvisador, professor e compositor de uma obra fortemente marcada pela referência ao canto gregoriano e à música religiosa em geral. Na obra que vamos ouvir, verificamos a sonoridade modal, uma das características da sua linguagem. Estas 12 peças, destinadas ao órgão sem pedaleira ou ao harmónio, foram compostas em 1962.

Jean-Philipe Rameau foi um compositor e teórico francês que teve grande influência na música para tecla. A obra que vamos escutar pertence à ópera-ballet “Les Indes galantes” (1736), aqui tocada num arranjo para cravo.

Louis Kohler, pianista, compositor, pedagogo e crítico musical alemão, publicou, além de obras didáticas, elevado número de peças e estudos, pensados para os seus alunos.

Jean-Baptiste Duvernoy foi um pianista e professor francês. A obra que vamos escutar pertence a um conjunto de estudos, hoje amplamente conhecidos e utilizados para o desenvolvimento técnico numa fase inicial.

Jean Langlais, tendo ficado cego aos 2 anos, entrou no Institut des Jeunes Aveugles (Paris), onde começou por aprender piano, violino e harmonia. Estudou órgão com A. Marchal (também cego) e, posteriormente, com M. Dupré. Colega de O. Messian na última classe de composição de P. Dukas, foi aluno de improvisação de Ch. Tournemire, que exerceu uma influência determinante na sua carreira de organista e compositor. Além de ter sido organista titular do emblemático instrumento da Igreja de Ste. Clotilde (Paris), desenvolveu uma imensa atividade como organista, improvisador, professor e compositor de uma obra fortemente marcada pela referência ao canto gregoriano e à música religiosa em geral. Na obra que vamos ouvir, verificamos a sonoridade modal, uma das características da sua linguagem. Estas 12 peças, destinadas ao órgão sem pedaleira ou ao harmónio, foram compostas em 1962.

Jean-Philipe Rameau foi um compositor e teórico francês que teve grande influência na música para tecla. A obra que vamos escutar pertence à ópera-ballet “Les Indes galantes” (1736), aqui tocada num arranjo para cravo.

Louis Kohler, pianista, compositor, pedagogo e crítico musical alemão, publicou, além de obras didáticas, elevado número de peças e estudos, pensados para os seus alunos.

Jean-Baptiste Duvernoy foi um pianista e professor francês. A obra que vamos escutar pertence a um conjunto de estudos, hoje amplamente conhecidos e utilizados para o desenvolvimento técnico numa fase inicial.

 

Andrew Moore, natural do Reino Unido, tem nas Miniaturas Litúrgicas uma das obras mais conhecidas dentro da sua composição para órgão. Interlúdio é uma peça curta destinada a determinados momentos de um serviço religioso como, por exemplo, a apresentação dos dons.

César Franck é, sem sombra de dúvida, o mais célebre dos pedagogos do órgão que a Bélgica do oitocentos viu nascer; a sua atividade desenvolveu-se em Paris, onde, além de organista da Igreja de Ste. Clotilde, foi professor do Conservatório desde 1872 até à sua morte em 1890. A peça que vamos escutar pertence a “L’Organiste”, obra destinada ao Harmónio.

Andrés de Sola, nascido no reino de Navarra, exerceu a sua atividade na catedral La Seo, em Saragoça, onde começou por ser assistente de J. Ximenez, seu tio e provável professor; viria a suceder-lhe como organista principal em 1672, chegando mesmo a ser, interinamente, mestre da capela. As peças que chegaram até nós, demonstram uma completa mestria da escrita. A que vamos escutar é um meio registo (melodia solista) na mão direita; trata-se de uma obra caraterística do repertório dos órgão ibéricos, com um só teclado, “dividido”, com registos independentes para a parte aguda e para a parte grave, o que permite usar, no mesmo teclado, dois timbres independentes – solista e acompanhamento.

Francisco Xavier Baptista, cravista e compositor português, viveu em Lisboa na 2ª metade do séc. XVIII e foi organista titular da Sé Patriarcal. Esta obra integra-se nas “12 Sonatas para cravo”, publicadas em Lisboa em 1792 e, em edição moderna, em 1981 pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Celina Martins

 
O Conservatório de Música de Viseu, Dr. José de Azeredo Perdigão, é apoiado pelas seguintes estruturas:
Ministério da Educação